A AEM – Associação de Empresas Emitentes de Valores Cotados em Mercado analisou a decisão da empresa de notação financeira Moody’s que cortou o ‘rating’ de longo prazo de Portugal para Ba2.
A Associação considera não existir fundamento económico ou outra justificação para o corte realizado, numa altura em que estão em curso medidas de consolidação, em particular, ao nível da redução da despesa pública, inexistindo factos novos que pudessem justificar a decisão tomada.
A AEM renova a sua solidariedade com o esforço que, a todos os níveis da sociedade portuguesa, está a ser realizado no sentido da concretização do memorando de entendimento estabelecido com a Comissão Europeia, o BCE e o FMI, e, em particular, disponibiliza todo o seu apoio para ajudar a explicar a realidade da situação económica do país.
Em particular, a AEM e as empresas suas associadas, pese embora as dificuldades acrescidas que resultam da presente situação, irão continuar a trabalhar com redobrado empenho para ajudar a recuperar a credibilidade da economia portuguesa e para demonstrar aos diferentes interlocutores, incluindo as empresas de notação financeira, a realidade sólida e sustentável das emitentes que representam.
A Associação, referiu o Director Executivo da AEM, Abel Sequeira Ferreira, “espera que a Moody’s, e as restantes empresas de notação financeira, depois desta decisão infundada e precipitada em relação à República, saibam, no futuro próximo, evitar seguir idêntico caminho relativamente às empresas nacionais, designadamente, recolhendo factos verdadeiros, de forma séria, e tomando em consideração o maior ou menor grau de exposição destas empresas à economia nacional”.
Abel Sequeira Ferreira referiu ainda esperar que “o sentimento generalizado de repúdio com que a decisão cega e injusta da Moody’s foi recebida, sirva de inspiração suficiente para os reguladores europeus se concentrarem naquilo que é verdadeiramente essencial para a defesa das economias, nacionais e europeias, como seja a regulamentação da actividade e de critérios de transparência das empresas de ‘rating’, e enfatizou “a necessidade de os reguladores, em particular, o BCE e o BEI, deixarem de utilizar as notações de ‘rating’ destas empresas e assumirem os seus próprios critérios de decisão”.
“Naturalmente, aqueles que agora decidiram sem factos e por razões que não são transparentes, deverão, quando confrontados com factos novos e sólidos, alterar a decisão agora tomada e voltar a aumentar, o mais rapidamente possível, o ‘rating’ de Portugal e das suas empresas”, concluiu.