Marta Reis

03/03/11 00:05

Programa aprovado ontem prevê iniciativas de reflexão sobre o mercado e acções para PME.

A promoção do mercado, a defesa dos interesses dos emitentes e a participação nos processos regulatórios são alguns dos objectivos da recém-criada Associação de Empresas Emitentes de Valores Cotados em Mercado (AEM), para este ano.

Estes vectores de actuação constam do plano de actividades para 2011, que foi ontem aprovado, juntamente com o orçamento, na primeira assembleia geral da associação.

Em declarações ao Diário Económico, o director executivo, Abel Sequeira Ferreira, adiantou os principais pilares da missão da AEM, que assentam na representação e defesa dos emitentes, promoção do mercado, expressão pública de posições e opiniões e em conseguir afirmar a associação “como parceiro na decisão. Não queremos ser apenas consultados”. As alterações regulatórias são um exemplo de uma matéria em que a AEM quer ter voz activa. Das prioridades estratégicas consta o “acompanhamento dos procedimentos regulatórios com impacto na actividades dos emitentes”, referiu Abel Ferreira. E, nesse âmbito, a associação tem já agendadas reuniões de trabalho com a CMVM, “quer ao nível da direcção, quer operacional”.

“Sente-se um complicar, em número e em complexidade, da regulação que tem sido aplicada”, afirmou o director executivo da AEM, salientando que “é necessário olhar com cuidado para a análise custo/benefício dessa regulação e perceber se se traduz em verdadeiros benefícios para os investidores”.
Das iniciativas previstas faz parte o primeiro fórum anual da AEM, “para reflectir sobre o estado do mercado de capitais e a sua evolução futura”, e o desenvolvimento de acções específicas para PME emitentes, “no sentido de identificar necessidades específicas e como preenche-las”. A associação pretende também trabalhar com PME que não estejam presentes no mercado, visando “perceber os bloqueios que sentem, identificar os obstáculos e, nesta fase em que o acesso a financiamento é mais complicado, que o mercado de capitais é absolutamente credível e eficiente”.

Previsto no programa está ainda a elaboração de dois documentos, um sobre questões relacionadas com a identificação de todos os accionistas de uma sociedade, e outro que visa “analisar e identificar os custos para os emitentes da sua presença no mercado de capitais”.

Entre as prioridades estratégicas da AEM consta ainda o desenvolvimento de iniciativas sobre governo das sociedades, assunto em que “é natural que exista um diálogo com o IPCG”, referiu ainda Abel Ferreira.