As principais empresas portuguesas cotadas em Bolsa e a Caixa Geral de Depósitos (CGD) criaram na quarta-feira a Associação de Empresas Emitentes de Valores Cotados em Mercado (AEM), que é presidida por Palha da Silva, administrador da Jerónimo Martins.

O principal objectivo da AEM é “a representação e defesa dos interesses comuns das empresas suas associadas”, de acordo com um comunicado de imprensa, que acrescenta que a entidade pretende trabalhar em prol da competitividade do mercado de valores mobiliários português e participar em processos de preparação de instrumentos regulatórios relativos aos mercados de capitais e aos seus intervenientes.

“Vemos com agrado a constituição da AEM porque é positiva para o mercado. Faz sentido, sobretudo, cada vez que há consultas ao mercado, haver uma opinião com impacto, que não é apenas a individual de cada uma das empresas”, disse hoje à agência Lusa uma fonte oficial da NYSE Euronext Lisbon.

Luís Palha da Silva foi presidente da comissão executiva do Grupo Jerónimo Martins entre 2004 e 2009. Actualmente, é membro do conselho de administração do grupo retalhista, chairman da comissão de acompanhamento de matérias financeiras e da comissão de responsabilidade corporativa e membro da comissão de avaliação e nomeações.

Além de contar entre os seus membros fundadores com a totalidade das empresas emitentes representadas no principal índice da bolsa portuguesa, o PSI 20, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) também faz parte da AEM.

“Com a constituição da AEM fica suprida uma importante lacuna do sistema institucional português o qual carecia, até agora, de uma organização de natureza privada com aptidão para promover a reflexão sobre o desenvolvimento e modernização do mercado de capitais português”, sublinhou a associação.

Simultaneamente, a AEM quer actuar como representante das empresas emitentes junto dos órgãos de soberania e das autoridades administrativas, nacionais, comunitárias e internacionais, com responsabilidades relativas aos mercados de valores mobiliários.

Palha da Silva, na cerimónia de constituição da associação, destacou que “uma das futuras realizações periódicas mais relevantes da AEM, será o seu Fórum Anual, uma conferência de alto nível que terá como objectivo a apresentação de conclusões e a promoção do debate público sobre temas de particular importância para o mercado de capitais e para as empresas emitentes de valores cotados em mercado”.

A direcção da AEM conta ainda com António Mexia (EDP), Henrique Granadeiro (PT), Vasco de Mello (Brisa), Francisco Pinto Balsemão (Impresa) e Pedro de Almeida Gonçalves (Soares da Costa) como vogais. Abel Sequeira Ferreira é o director executivo.

A Mesa da Assembleia Geral é presidida por Daniel Proença Carvalho (ZON), com Rui Manuel da Silveira (BES) designado para vice-presidente e Ana Pina Cabral (BCP) para secretária.

No Conselho Fiscal o presidente é Vitor José Lilaia (Caixa Geral de Depósitos) e os vogais são Laurentina Martins (Altri) e Luis Magalhães (Deloitte, SROC, SA).